sábado, 27 de agosto de 2011

Alma morta, alma morta

Houve dias em que me apeteceu fazer com o meu coração o mesmo que fazia com as mãos nos dias frios dos Invernos da minha meninice. Sentar-me em cima delas para as aquecer até que, ao fim de algum tempo, o calor deixava de se sentir e as mãos adormeciam.
Depois, divertida, brincava à "mão morta" e regozijava-me com a falta de sensibilidade e de controlo dos movimentos da minha mão. (Mão na terceira pessoa e eu narradora da minha mão). 
Houve dias em que me apeteceu colocar toda a carga do meu corpo sobre a minha alma para, com o pretexto de a aquecer, adormecê-la e poder brincar à "alma morta". E depois ir bater à tua porta.

1 comentário:

mfc disse...

Um texto lindíssimo...