A tua língua é macia como uma concha polida esquecida na areia. Tocas-me nos lábios como o sal toca no mar, ao de leve, deixando um sabor molhado precisamente no sulco central do meu lábio inferior.
De mansinho, como uma criança que se abeira do mar para molhar os pés primeiro, a tua língua entra na minha boca.
E a minha, como o mar que ondula mais devagar- só dessa vez porque o mar reconhece as crianças que aprendem ooceano- recebe-te com um abraço oscular.
Depois os corações batem mais depressa e de repente- não mais que de repente- sentimos um tsunami dentro de nós. Lábios, língua, ar, saliva, pulsação, pálpebras cerradas. E um pouco mais de sol. Ou sal.
Beijo (te).
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