Antigamente era puro jogging. Flirtava como que corre às voltas num parque público de uma cidade. Com a abstracção de quem se projecta veloz e campeã a correr desalmadamente no meio da Natureza. Muitas vezes parava a meio da corrida: a visão da meta nem sempre justificava a "dor de burro". Entre a velocidade e a resistência, muitas vezes, a desistência de quem corre porque lhe apetece correr e não propriamente para alcançar a meta.
Cheguei, num dia de Março, à meta. Valia a pena a dor de burro, a arritmia, a transpiração, as faces rosadas.Valia a pena a dor nas pernas, nos pés. No entanto, não consegui subir ao pódio.
Deixei de correr durante muito, muito tempo. Anos talvez.
Hoje, contigo, um ligeiro sprint numa passadeira indoor. Nem eu nem tu damos pela velocidade ou pela necessidade de resistência. Não há a projecção da corrida no meio do verde nem a possibilidade da desilusão de nos depararmos com uma cidade poluída ao passar os portões do parque. Não há a visão do pódio porque não há nada para ganhar.
As coisas são o que são: uma passadeira numa divisão de um T2, uma janela para o Mundo e nenhuma meta no horizonte.
Aumenta a velocidade do tapete rolante. Por favor.
1 comentário:
Que vida é esta que estamos a viver?!
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