terça-feira, 7 de agosto de 2007

Rossio (ao meu João Carlos)

Andámos durante anos desencontrados na mesma estação de comboio (talvez o Rossio, sim): o Rossio. Tu deslizavas no tapete rolante e vias-me passar- sempre no sentido oposto- mas nunca conseguimos vencer a forma do maldito rolamento da passadeira; quando a intuição nos dizia para voltarmos para trás. Nunca esperámos um pelo outro, embora sempre tenhamos caminhado na mesma direcção: sinto-me um vector cuja seta feriu sem querer.

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